quarta-feira, 8 de junho de 2011

O TAL DO ERRO

Errar é humano, todo mundo está cansado de ouvir/dizer isso. Mas até que ponto o erro é considerado como algo positivo e não como uma tragédia, algo inaceitável?




Vivemos na cultura do erro. Quando fazemos algo de bom não somos tão destacados quanto quando fazemos algo errado. O erro é sempre - ou quase sempre - mais evidenciado do que o acerto. Uma criança que tira nota 9,0 por ter acertado 9 de 10 questões de uma avaliação, por exemplo, se prende muito mais à única questão que errou do que as 9 em que obteve sucesso. E a que isso se deve? Será que o erro está sendo trabalhado corretamente nas escolas?




Primeiramente, vamos pensar um pouco sobre o seguinte questionamento: Errar é necessário para que a aprendizagem ocorra?




Não necessariamente, não é verdade? Eu posso aprender algo sem ter que errar antes. Nem sempre o erro é o caminho para o acerto. Qualquer um pode entender e aprender algo de primeira, vai depender das suas habilidades, do seu amadurecimento cognitivo e da situação em que a aprendizagem esteja sendo desenvolvida.




Contudo, o erro se faz presente todos os dias na sala de aula e ele pode e deve ser trabalhado para que ceda lugar ao acerto. O erro, quando ocorre, é uma porta aberta para a extinção das dúvidas. Entretanto, tudo depende da forma como esse erro é visto.




Será que, por exemplo, o costume tão arraigado na prática dos professores de corrigir o erro mostrando no quadro a forma correta é suficiente para fazer com que aquela criança aprenda aquilo que não conseguiu anteriormente? Nem sempre, partindo do pressuposto de que nossas salas são heterogêneas e cada um tem a sua forma de aprender. Não podemos simplificar, homogeneizar e fazer de conta que todos aprendem ao mesmo tempo, no mesmo ritmo.




O professor, infelizmente, acredita nisso. As escolas acreditam muito mais. E aí tomam o erro como algo abominável - apesar do discurso bonito e construtivista que os gestores apresentam nas reuniões de pais e mestres, afirmando que a instituição faz do erro mais uma situação de aprendizagem -, basta acompanhar a correção da atividade de casa...




"Você errou!", falam os professores. "Isso é no que dá conversar na hora da aula!", justificam. "Apague e coloque a forma certa!", ordenam. Mas, será que esse educador se preocupou com o processo de realização daquela questão? Como será que a criança desenvolveu seu raciocínio para chegar àquela resposta? E o que ela conseguiu fazer não merece ser valorizado?




O que acontece é que o professor não consegue lidar com a falha, pois há por trás dele pais, coordenadores e diretores que cobram dele a responsabilidade de ao final do ano passar para o ano letivo seguinte crianças preparadas, desenvolvidas e campeãs do acerto. Além disso, o profissional não aceita que aquele erro pode ter sido fruto de uma metodologia ruim, de algum erro seu. É, o professor nem sempre aceita o seu próprio erro. Claro, na nossa cultura devemos acertar sempre e assim formamos crianças com dificuldade em enfrentar frustrações e perdas.




O erro é algo natural, que, apesar de não ser necessário para a aprendizagem, ele acontece e deve ser encarado como mais uma oportunidade de aprender, como uma forma de reforçar algo que não ficou claro e do professor repensar a sua prática.




É triste ver uma criança desmotivada, que desvaloriza as suas produções e passa a se sentir um incapaz. Mais triste ainda é vê-la desconsiderar todo um caminho de acertos por conta de um erro apenas. Tiremos o erro do lugar do monstro e façamos dele uma ferramenta valiosa de construção em nossas salas de aula. E, mais importante, respeitemos o ritmo dos nossos alunos. A Educação agradece!


Por Laís Assis

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Casulo na Dança – Corpo, Movimento e Inclusão

Homenagem a dança em diversas linguagens artísticas

Em homenagem ao mês da dança, a Organização Perspectivas em Movimento, em parceria com o Cine Teatro Solar Boa Vista, convida a comunidade Soteropolitana a participar do “Casulo na Dança – Corpo, Movimento e Inclusão”, no próximo dia 28 de abril (quinta-feira), a partir das 15:00 h., no Teatro Solar Boa Vista (Praça Marquês de Abrantes, s/nº, Engenho Velho de Brotas / antigo Juliano Moreira, atrás da Secretaria Municipal de Educação).
O projeto conta com a direção artística de Rachel Cavalcanti e Ivana Leony e com a produção de Ninfa Cunha, reunindo 15 trabalhos entre artistas individuais e grupos representando instituições de atendimento as pessoas com deficiência que desenvolvem trabalhos artísticos em suas unidades. E, como mestres de cerimônia, marcarão presença a cantora Juliana Ribeiro e o palhaço Maracangalha. 
A proposta do Casulo consiste em apresentar a dança como forma de expressão do ser em diversas linguagens: música, poesia, pintura, percussão, contação de histórias, clown. E em suas mais variadas modalidades:  contemporâneo, ballet moderno, popular, ginástica rítmica, dança de salão, celebrando o mês da dança de forma lúdica e criativa. Para a pessoa com deficiência, a dança contribui para a melhor qualidade de vida, levando em conta aspectos físicos, sociais, mentais e emocionais, promovendo uma melhor integração com o meio social.
Durante o evento será lançado o Manifesto da Arte Inclusiva, em prol da acessibilidade nos espaços culturais do nosso Estado e, garantia de direitos dos artistas com deficiência.

Confira, abaixo, a programação do Casulo na Dança:
“Arrastão da Dança” – Instituto de Cegos da Bahia (ICB)
“Por Onde Anda Você” – Iracema Vilaronga e Fábio Martins
“Brincando de Brincar no Mundo da Fantasia” e, a cantora Rita interpretando uma música – Associação Baiana de Cegos (ABC)
“Paradigma” e, “Palhaços” – Ninfa Cunha e Déo Carvalho
“Clownsulo” – Associação Especializada François de Laval (AEFLV)
“Menino Preto” – Chico Poeta
“Dança de Salão” - Associação Sons do Silêncio (AESOS)
“Sonhos” e, “Samba da Baixa” – SESI & ESCOLA PASSOS DA DANÇA
“Homenagem a Michael Jackson” e, “A Natureza” – Centro de Educação Especial da Bahia (CEEBA)
“Etnias” – Espaço Via Ponte
“A Dança das Borboletas” – Jerusa Ferreira
“Tambores em Cena” – APAE Salvador
“No Ritmo do Amor” – Associação para Inclusão à Comunicação, Cultura e Arte (ARCCA)
“Posso Ver Além” – Centro de Apoio Pedagógico (CAP)
“Dancing Days” – CAPS Aristides Novis
“Ciranda dos Objetos” – ACC Acessibilidade em Trânsito Poético da Escola da Dança de UFBA.
O espetáculo ainda conta com esculturas de alunos do CEEBA, concepção de pinturas em telas produzidas durante o evento por Eduardo Santana e, alunos do CEEBA. E, os alunos do “Projeto Libras em Foco” da APADA (Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos) farão todo o registro fotográfico do show.
MAIORES INFORMAÇÕES:       
  Ninfa Cunha
Contatos: (71) 3357.1824 / 8744.2378 / 8104-8844

 
 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

BIG BROTHER BRASIL POR LUIS FERNANDO VERISSIMO¹


Quero compartilhar com vocês um email que recebi e que acredito que muitos já conheçam. Trata-se de um comentário do renomado autor Luis Fernando Veríssimo sobre o Big Brother Brasil. Quero deixar claro que compartilho, em partes, do mesmo pensamento do autor no que diz respeito a banalizaçao do sexo televisivo. Como educadora, me preocupo com as crianças que assistem a programas dessa natureza e que não tem o acompanhamento dos pais, que ignorantes (no sentido de que ignora as informações), aceitam que os filhos assistam a tamanha falta de respeito. Claro que como moradora da cidade de Salvador, falar de respeito quando a cidade abriga um celeiro de musical de cunho apelativo (incitam explicitamente o ato sexual), não me deixa em uma situação muito confortável em expressar/compartilhar opiniões sobre o BBB. Mas morar aqui não significa que seja conivente ao que acontece. Contudo, respeito qualquer tipo de manifestação cultural, sendo ou não do meu agrado.

Quero apenas compartilhar a mensagem de Veríssimo com o intuito de provocar uma reflexão, um olhar mais critico para a banalização de certos assuntos.


¹Apesar de já esclarecido que esse texto não é de autoria do Fernando Verissimo, parabenizo quem o escreveu pelo posicionamento critico muito pertinente e contribuo para a sua disceminação.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Cada ser em si carrega o dom de ser capaz!

Desde o dia em que escolhi fazer Pedagogia, decidi também em que me especializaria: Psicopedagogia. Mas esse desejo ficou quietinho durante todo o tempo da graduação, afinal estava mais preocupada em terminar o curso.

Ano passado vivi uma experiência sem igual, quando estagiei numa escola particular e tinha como principal função dar suporte a uma criança TDAH. E foi maravilhoso. Foi apaixonante! Foi sim... Aqueles olhinhos inquietos, aquela mente que não parava e aquele jeito todo especial de ser do meu menininho me encantaram e me fizeram ter mais certeza ainda do que gostaria de fazer quando terminasse a faculdade.

Hoje, quando uma vizinha me fez uma proposta e eu aceitei, recebi um certo olhar de reprovação de outra pessoa que estava no momento. Como estou terminando a faculdade e ainda sem previsão de emprego, a vizinha me pediu que por três dias na semana acompanhasse o seu filho no processo de alfabetização, já que ele é uma criança com questões ainda indeterminadas pelos médicos. A única coisa que se tem certeza é que ele tem problemas na fala, mas não sabem também ao certo qual a causa.

A escola sempre trabalhou com ele como uma criança de inclusão e a mãe me fez um feliz relato de que sempre encontrou na instituição todo o apoio necessário para seu filho. A escola e os demais profissionais que acompanham a criança fazem reuniões periodicamente e discutem quais avanços ele fez, como anda o seu desenvolvimento, os aspectos comportamentais, a relação com os colegas, quais adaptações devem ser feitas ou não, o que deu certo e o que não deu, enfim...

Preocupada com o desenvolvimento do garoto na alfabetização, ela me fez a proposta de acompanhamento e eu aceitei na hora. Não importa o tamanho da responsabilidade que terei, estou aqui para isso, não é verdade? Não tenho motivos para temer, gosto do que faço e terei muito prazer em fazer parte da vida do garotinho.

Os olhares de reprovação foram seguidos de questionamentos os quais eu preferi não responder. As pessoas ainda não entendem que não importa qual seja a condição da criança, ela tem capacidade de aprender e pode sim se desenvolver, mesmo que não da forma que as crianças ditas normais se desenvolvem.

Quantas crianças surgirem em minha vida, com quaisquer que sejam as dificuldades, estarei aqui pronta para recebê-las e atendê-las em suas especificidades, no tempo que cada uma delas demandar.

Para mim está claro que incluir não é um problema dos que possuem necessidades especiais, não são eles os nossos desafios e sim o meio, as pessoas, os olhares que incapacitam, ignoram e esquecem que, como diz a música, "Cada ser em si carrega o dom de ser capaz...".
Por Laís Cerqueira

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

I SEMINÁRIO SOBRE ASILOS E ORFANATOS


SEMINÁRIO - IDOSOS E CRIANÇAS/ASILOS E ORFANATO - SABERES, PRÁTICAS E REALIDADE SOCIAL: QUAL A SUA RESPONSABILIDADE?





O evento será realizado nos dias 13 e 14 de dezembro de 2010 na Biblioteca Pública do Estado da Bahia - Barris e  tem o intuito de propiciar um espaço de debate e reflexão sobre os saberes, práticas e atuação de asilos e orfanatos na sociedade e pensar no compromisso individual com a inclusão social. O trabalho nas instituições que atendem crianças e idosos é indispensável para assegurar a cidadania, recuperação e/ou reabilitação das pessoas atendidas.

O evento constituirá uma oportunidade de desenvolvermos conhecimentos para uma ação profissional em benefício da sociedade, reconhecendo que todo profissional, e em especial o pedagogo, não está isolado do contexto global, e como parte da comunidade precisa estar sensível às necessidades dos diferentes espaços sociais.

Local: Biblioteca Pública do Estado da Bahia – Barris
Data: 13/12 – 8h às 18h (Sala de Projeção Luiz Orlando, 3° andar)
           14/12 – 8h às 18h (Auditório, 3° andar).
Investimento: Lençol e/ou Fralda Geriátrica (para doação à instituição) -


Maiores informações: gpeac@gmail.com

Público-alvo: Licenciados, Serviço Social, Pedagogos, psicólogos, médicos, assistentes sociais, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, administradores, profissionais das áreas de educação e saúde e interessados na temática. Coordenadores de cursos das áreas de educação e saúde;  Diretores e coordenadores de escolas públicas e privadas; Parlamentares que atuam  na área de educação e saúde; Representantes de entidades/instituições – asilos e  orfanatos.

Palestrantes/Colaboradores/Participantes: Profª(s) Teresinha Fróes Burnham, Eliane Souza, Artur Aranha, Mª Alba Guedes, Patrícia Braille, Ricardo Guimarães, Marcus Welby, Luciano Bonfim, Cintia Seibert, Meire Cardeal, Profº Bits, Ricardo Guimarães, Artur Aranha, Sandra Regina Guaré, Representante do Ministério Público do Estado da Bahia, Coordenadora da UATI e outros.

sábado, 30 de outubro de 2010

III LAVAGEM DA BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA

Em comemoração ao Dia Nacional da Cultura, 05 de novembro, a primeira Biblioteca Pública do Brasil, aos 199 anos, realizará a sua III Lavagem. Uma grandiosa festa que confirma a baianidade da instituição e que em 2010 vem com uma responsabilidade ainda maior: comemorar os 40 anos de inauguração da sua atual sede, nos Barris. Não faltarão motivos para celebrar!
A única Lavagem “Profano - Literária” do calendário cultural da cidade, leva o livro, a literatura e a sua morada mais antiga no Brasil para as ruas. Uma ação cultural de grande porte que proporciona, por onde quer que o cortejo passe, o contato direto das pessoas com este universo cultural de saberes e prazeres.
A celebração terá início às 8h, com concentração feita por Adailton Poesia e a Banda Tambores da Raça, na Praça do Campo Grande. Às 9h, um cortejo formado por baianas, poetas, escritores, artistas, circenses, intelectuais, estudantes, populares e um mini-trio comandado pelo grupo cênico-musical Os Multipétalos passará pelas ruas do Centro Antigo com o tema “Ler é uma viagem. Embarque nessa!”, distribuindo livros e fazendo ressoar a sua importância. Serviços já oferecidos pela Biblioteca também irão para a rua, através de stands de seus setores, agregando valor de ação cultural aos atendimentos e serviços usuais. Após o cortejo, acontece a lavagem das escadarias da BPEB, que também fará a inauguração do seu novo banner, permanecendo com o slogan De Braços Abertos para Você, que na nova versão, apresenta crianças, idosos, negros, brancos e deficientes, a fim de demonstrar que a biblioteca está aberta à diversidade e à pluralidade do ser humano, e baseada no respeito ao conhecimento.  
Às 14h, a grande convidada para esta celebração, Márcia Short, sobe ao palco do Quadrilátero para animar o público com sua energia e vibração. Com 20 anos de carreira, a cantora já passou por grupos como Banda Mel, BandâBah, Timbalada, realizou turnês internacionais nos Estados Unidos, Europa e tem uma trajetória musical reconhecida e aplaudida em todo o Brasil.
Segundo a diretora da BPEB, Ivana Lins, o objetivo da Lavagem é “reafirmar a importância de uma ação cultural que leva o livro, a literatura e sua morada mais antiga na Bahia para a rua, proporcionando, por onde quer que o cortejo passe, o contato direto das pessoas com este universo”, enfatiza.
Informações:
                                                                              Blog: www.bibliotecapublicafpc.blogspot.com